‘Quem não tem, compre’ diz CEO do Banco do Brasil (BBAS3), depois de balanço
Em comparação ao Itaú, executiva também disse que o banco público pode ser melhor.

Depois de várias semanas de queda, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) reagiram nesta sexta-feira (15). Os papéis avançaram mais de 4% no acumulado do dia, terminando o pregão acima dos R$ 20,60, conforme dados da bolsa de valores.
A performance acontece um dia depois da companhia divulgar o balanço do segundo trimestre do ano, quando a companhia auferiu um lucro de menos de R$ 4 bilhões. Os números foram impulsionados por um aumento na inadimplência, que, segundo a diretoria, foi a maior da história no segmento do agronegócio.
Em entrevista coletiva durante à tarde, Taciana Medeiros rebateu críticas que o banco vem sofrendo, sobretudo por um suposto viés político na carteira de crédito. A presidente foi categórica ao sugerir que os papéis devem subir ainda mais.
“Tenho um recado para o investidor: quem tem ação do BB, mantenha; quem não tem, compre”, destacou ela. “Não tenho dúvidas da nossa capacidade e qualidade de sermos o melhor banco do Brasil. Respeito [o Itaú], é nosso parceiro, nossos concorrentes, entregou um resultado lindo, mas é outro modelo de negócios. Fazer o que o BB faz, mesmo com altos e baixos… o Brasil é isso, não somos a Suíça”, continuou.
Leia mais: Banco do Brasil (BBAS3) está sem novos dividendos? Por ora, é isso mesmo
“Parte dos clientes inadimplentes plantaram já em 2025, estamos esperando renegociações”, completou a presidente do banco. “Não é uma questão sistêmica de toda a carteira do agro, são 20 mil clientes e sabemos exatamente quem são. Estamos seguros da busca desses clientes e da cobrança”.
Ela também aproveitou o momento para dizer que a estatal tem mudado a postura junto aos inadimplentes. “A gente era conhecido como banco que não protesta, o banco que não cobra a garantia, agora estamos judicializando”, disse.
Decepcionados, mas não surpresos
A expectativa do mercado já era de que os números do BB no 2T25 viriam aquém do necessário. No entanto, o resultado foi ainda pior do que os analistas previam anteriormente.
O lucro do banco público caiu cerca de 60% na comparação anual, para R$ 3,8 bilhão no final de junho. Somado a isso, veio uma nova diretriz da companhia para os dividendos, fixando o teto de distribuição em 30%.
Apesar disso, parte dos analistas destacam que as ações do BB já estavam precificados, portanto, em vez de recuo, as ações se valorizaram. Além disso, os diretores conseguiram mostrar ao mercado que há possibilidade de recuperação nos próximos trimestres, o que teria acalmado o ânimo de parte dos entes.
“Certamente um trimestre fraco, mas de certa forma esperado”, apontaram Pedro Leduc, Mateus Raffaeli e William Barranjard, do Itaú BBA. “Projeção para o ano fiscal de 2025 reduzida, mas crescimento esperado à frente”.
“No geral, a queda na qualidade do crédito era esperada, mas os desafios persistentes no Agronegócio em julho e as pressões em outros segmentos geram preocupações sobre o ritmo de recuperação nos próximos trimestres”, pontua a XP. “O banco está se tornando mais seletivo na carteira agrícola, reduzindo o guidance de crescimento para esse segmento, enquanto eleva as expectativas de crescimento no segmento de PF, especialmente em empréstimos consignados”, continuaram.

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