Juros, agro e eleições: os riscos que mantêm BB (BBAS3) fora do radar do JPMorgan
O banco norte-americano revisou suas estimativas para o BB e optou por reduzir o preço-alvo dos papéis de R$ 31 para R$ 28.

🚨 A recente desvalorização das ações do Banco do Brasil (BBAS3), que acumula perda de 26% no ano, reacendeu entre investidores a dúvida clássica: seria o momento ideal para comprar papéis de uma das instituições financeiras mais tradicionais da Bolsa?
Segundo relatório do JPMorgan, a resposta é não – pelo menos por enquanto.
O banco norte-americano revisou suas estimativas para o BBAS3 e optou por reduzir o preço-alvo dos papéis de R$ 31 para R$ 28, o que ainda representa um potencial de alta de 28% frente ao preço atual.
No entanto, manteve a recomendação neutra, apontando que os desafios enfrentados pelo banco — principalmente na carteira de crédito rural — indicam que o cenário ainda é de risco elevado.
Carteira rural e lucros pressionados
O principal fator de preocupação para os analistas é a deterioração da qualidade dos ativos, especialmente nos financiamentos ligados ao agronegócio. Essa fraqueza deve continuar pressionando os lucros do banco no curto e médio prazo.
“Problemas com ativos ruins geralmente demoram a ser resolvidos. Assumir uma retomada agora seria arriscado”, alertam os analistas do JPMorgan.
Com base nisso, o banco revisou para baixo a projeção de lucro para 2025: de R$ 37,9 bilhões para R$ 25 bilhões — uma redução de R$ 12,9 bilhões.
Além disso, a rentabilidade também foi reavaliada. O ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido), que historicamente gira entre 20% e 22%, foi projetado para 13% no primeiro trimestre de 2025.
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Payout e dividendos: sinal de alerta
Outro ponto importante é a distribuição de proventos. Diante da pressão sobre o capital e da necessidade de reforçar a estrutura financeira, o JPMorgan reduziu a estimativa de payout (percentual de lucro distribuído em forma de dividendos) de 40-45% para 30%.
Essa decisão pode impactar diretamente os investidores focados em renda passiva.
Eleições de 2026 e volatilidade política
O banco também destaca que a aproximação do ciclo eleitoral de 2026 pode funcionar como um catalisador para os papéis, uma vez que o mercado costuma reagir de forma positiva a possíveis mudanças de governo.
Pesquisas recentes apontam vantagem numérica de Jair Bolsonaro e de candidatos apoiados por ele frente ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Ainda assim, o JPMorgan reforça que não vê isso como gatilho suficiente para sustentar uma recomendação de compra no curto prazo.
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Momento é de espera
A estratégia sugerida pelo banco é esperar até o segundo trimestre de 2025, quando o tom da recuperação deverá estar mais claro e os dados operacionais poderão indicar uma reversão mais consistente.
💰 “Preferimos ficar de fora e aguardar mais visibilidade após o segundo trimestre de 2025”, conclui o relatório.

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