Fundo de pensão do BB (BBAS3) tem déficit bilionário em 2024; entenda
O resultado marca o pior desempenho da carteira desde 2017 e interrompe uma sequência de superávits registrada até 2023.

💲 O maior fundo de pensão de funcionários do Banco do Brasil (BBAS3), o Plano 1 da Previ, encerrou 2024 com um déficit de R$ 3,16 bilhões.
Esse resultado marca o pior desempenho da carteira desde 2017 e interrompe uma sequência de superávits registrada até 2023, quando o saldo positivo havia sido de R$ 14,5 bilhões.
De acordo com comunicado divulgado pela Previ, a principal razão para o déficit foi a volatilidade do mercado financeiro, que afetou significativamente os investimentos da entidade.
“A oscilação de mercado e o consequente impacto nos investimentos fizeram com que a Previ consumisse o superávit de 2023”, explicou a entidade.
Apesar do resultado negativo, a Previ assegura que o fundo segue estável e cumprindo sua missão de garantir os pagamentos dos mais de 106 mil associados, dos quais 97% são aposentados ou pensionistas.
A carteira administrada pelo Plano 1 soma um patrimônio de R$ 240 bilhões, e, já em janeiro de 2024, a entidade voltou a registrar superávit de R$ 1,3 bilhão.
O peso da renda variável
O principal fator que pressionou as contas do Plano 1 foi o desempenho negativo do segmento de renda variável.
Em 2024, essa carteira teve uma rentabilidade negativa de 12%, impactando os ativos da Previ em R$ 7,9 bilhões.
“Esse tipo de oscilação é comum e conjuntural no mercado financeiro brasileiro, mas a estratégia da Previ foca no longo prazo”, reforçou a entidade.
O fundo tem uma exposição relevante às ações da Vale (VALE3), sendo dono de mais de 10% da mineradora.
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No entanto, os papéis da empresa desvalorizaram 23% no ano passado, representando o pior desempenho anual desde 2015.
Em 2024, a mineradora ainda era responsável por 42% do portfólio de renda variável do Plano 1.
Diante desse cenário, Cláudio Gonçalves, diretor de investimentos da Previ, destacou que a entidade tem reduzido gradualmente sua concentração na mineradora, mas reforçou que o desinvestimento precisa ocorrer no momento certo.
“Não dá para vender Vale no preço que está hoje, levando em conta o que ela paga de dividendos. É uma empresa extremamente saudável financeiramente e entendemos que em algum momento o ativo vai se valorizar, pois é uma companhia muito bem gerida”, afirmou Gonçalves.
Aposta na renda fixa e liquidez garantida
Desde 2012, a Previ tem adotado uma estratégia de diversificação, reduzindo sua exposição à renda variável e ampliando a carteira de renda fixa.
Em 2023, a entidade adquiriu mais de R$ 12 bilhões em títulos NTN-B com taxas de juros acima da meta atuarial, enquanto alienou participações em 57 empresas. Em 2024, a distribuição dos recursos do Plano 1 ficou assim:
- 64% aplicados em renda fixa;
- 26% em renda variável.
Apesar do déficit registrado, a Previ reforça que sua política de caixa mínimo garante liquidez suficiente para cumprir com os pagamentos dos benefícios sem necessidade de venda forçada de ativos. No ano passado, os benefícios pagos pelo fundo somaram R$ 16,5 bilhões.
Previ sob investigação
🔎 O resultado negativo de 2024 também levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a intensificar sua fiscalização sobre as decisões do fundo.
No mês passado, auditores do órgão estiveram na sede da Previ para avaliar as razões que levaram o Plano 1 a registrar um déficit bilionário.

BBAS3
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