Previ, do Banco do Brasil, defende venda da Neoenergia (NEOE3) e fala em ‘eficiência de gestão’
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A bolsa de valores brasileira pode estar prestes a perder uma nova empresa. Nesta quinta-feira (11), a Iberdrola anunciou a aquisição de parte de ações da Neoenergia (NEOE3) por cerca de R$ 11,9 bilhões.
O acordo foi feito junto da Previ, a Caixa de Previdência do Banco do Brasil, que detinha 30% dos papéis. Para levá-los, a empresa espanhola pagou 1,9 bilhão de euros, representando R$ 32,50 por ação.
Com a operação, a controladora passa a ter mais de 83% dos papéis da Neoenergia, o que abre margem para uma eventual OPA (Oferta Pública de Ações). Essa é a operação em que uma empresa faz uma proposta de adquirir todo o capital social que circula no mercado financeiro.
O fato relevante divulgado pela Neoenergia não faz nenhuma menção à OPA, mas esse é um caminho quase que natural. Sendo dona da maior parte das ações, as empresas fazem um leilão público para adquirir os papéis restantes oferecendo aos investidores uma margem de lucro.
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Mas as especulações sobre a OPA da Neoenergia não se limitam a essa operação recente. Já tem alguns meses que fontes próximas da companhia têm falado com a imprensa sobre o assunto, mostrando que há um interesse da empresa espanhola de controlar totalmente a companhia de energia brasileira.
Depois da comunicação de compra, a Iberdrola divulgou uma nota à imprensa dizendo que a aquisição faz parte de uma estratégia de crescimento no segmento de distribuição e transmissão de energia. A empresa destacou que o foco é ampliar sua presença em mercados importantes, como Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Espanha.
“Nos próximos anos, a empresa [Neoenergia] enfrenta perspectivas de forte crescimento, impulsionado pelo aumento esperado dos investimentos em distribuição e transmissão, setores que contam com marcos regulatórios favoráveis”, diz trecho do comunicado.
Por volta das 12h, as ações da Neoenergia eram negociadas com alta de 3% na bolsa de valores. Os papéis eram negociados acima dos R$ 29, o maior valor já registrado desde que fez seu IPO, em 2019.
Só neste ano, os papéis tiveram uma valorização de 53%, conforme dados da B3, o que coloca a companhia entre as maiores altas da bolsa. Atualmente, o valor de mercado da Neoenergia é de R$ 35,3 bilhões.
Fundada em 1997, a companhia opera em 18 estados na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. A compra das ações foi assessorada pelo UBS BB e Bank of Americas.
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