Com ‘casamento marcado’, Marfrig e BRF aprovam R$ 5,6 bi em dividendos e JCP
As empresas confirmaram que a incorporação de ações da BRF pela Marfrig será concluída em 22 de setembro de 2025.
🚨 A tão aguardada fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) deu um passo decisivo rumo à consolidação.
Após meses de incertezas e idas e vindas regulatórias, 43,79% dos acionistas minoritários da BRF votaram a favor da incorporação de ações pela Marfrig, conforme boletim divulgado no sábado (02).
Por outro lado, 17,43% manifestaram-se contrários à proposta, enquanto os demais ainda não se posicionaram.
O desfecho dependerá agora da deliberação na Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para o dia 5 de agosto de 2025, às 11h, em formato exclusivamente digital via Zoom.
Para ter direito a voto, os acionistas devem enviar a documentação exigida pela plataforma Qi Central até o dia 3 de agosto.
Na pauta da assembleia está a proposta de incorporação total da BRF pela Marfrig, que transformaria a BRF em uma subsidiária integral.
Nesse cenário, cada acionista da BRF receberia 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da BRF atualmente detida.
A operação também prevê o cancelamento de ações em tesouraria e oferece direito de retirada para os acionistas dissidentes.
A proposta integra um plano estratégico mais amplo, que é formar uma plataforma global de alimentos, com maior escala, sinergias operacionais e expansão internacional.
No entanto, para se concretizar, o movimento precisa de aprovação por parte dos acionistas das duas empresas e do cumprimento de diversas condições previstas em protocolo.
➡️ Leia mais: Ações do Banco do Brasil (BBAS3) desabam e BTG vê risco “estrutural”; entenda
Durante o impasse regulatório, a Marfrig seguiu reforçando sua posição no capital da BRF e atualmente já detém 58,87% da companhia.
A saída da Previ— fundo de pensão que se opunha aos termos da fusão — também facilitou o avanço da operação.
Apesar do apoio crescente dos acionistas, a operação enfrenta resistência no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Minerva (BEEF3) e a Latache Capital, acionista minoritária da BRF, protocolaram pedido de reavaliação da operação, alegando que a fusão poderá comprometer a concorrência, especialmente no mercado de processados como hambúrgueres, almôndegas e quibes.
O Cade, que inicialmente analisava o caso em rito sumário, pode converter o processo para rito ordinário, mais detalhado e demorado.
A recomendação foi feita pelo novo presidente do órgão, Gustavo de Lima, segundo apuração do colunista Lauro Jardim, de O Globo. Caso confirmada, a mudança exigirá uma análise mais profunda do impacto da operação no mercado.
➡️ Leia mais: CDBs com ‘super rendimento’ na mira: FGC quer reduzir riscoe proteger investidor
Outro ponto sensível diz respeito ao Salic, fundo soberano da Arábia Saudita que detém 24,5% da Minerva e, indiretamente, teria 10,6% da nova companhia resultante da fusão (MBRF).
📈 A Minerva teme que a participação estratégica do Salic possa facilitar a troca de informações sensíveis entre as empresas, prejudicando a competitividade no setor.
As empresas confirmaram que a incorporação de ações da BRF pela Marfrig será concluída em 22 de setembro de 2025.
Apesar do noticiário, as ações de ambas as processadoras de proteína animal fecham em baixa hoje.