Banco do Brasil (BBAS3) valerá quanto por ação em 12 meses? XP revela preço-alvo

Analistas não escondem que os múltiplos da estatal estão descontados, mas alertam que a recuperação de BBAS3 será lenta.

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Publicado em 12/09/2025 às 19:09h - Atualizado 1 hora atrás Publicado em 12/09/2025 às 19:09h Atualizado 1 hora atrás por Lucas Simões
XP derruba preço-alvo de BBAS3 de R$ 32 para R$ 25 por ação nos próximos 12 meses (Imagem: Shutterstock)
Inúmeros investidores pessoas físicas acompanham religiosamente os preços das ações do Banco do Brasil (BBAS3) ao longo de 2025, desde que a estatal reportou problemas em sua carteira de crédito ao agronegócio e sua cotação entrou em zona de pechincha.
Só que os papéis da instituição financeira já saltaram +25% a partir do dia 1º de agosto, quando bateu sua mínima no ano a R$ 18,35 por ação. Daí, é comum que muitos se questionem se ainda dá tempo de aproveitar oportunidades em BBAS3 e o quanto as ações da empresa podem valer nos próximos 12 meses. É justamente isso que os analistas da XP Investimentos (XPBR31) responderam nesta sexta-feira (12). 
Em relatório, a corretora de valores reduziu o preço-alvo do Banco do Brasil de R$ 32 para R$ 25 por ação nos próximos 12 meses, mas manteve a recomendação neutra.
Ou seja, com BBAS3 valendo R$ 22,31 por ação no fechamento do dia 12 de setembro de 2025, caso as projeções da XP se confirmem na cotação de R$ 25, o potencial de valorização para quem entrar agora seria de +12,06%. Já considerando o preço-alvo anterior de R$ 32 por ação, o ganho de capital seria de +43,43%.
Então, por que será que a XP está bem menos otimista com a recuperação do bancão, apesar do noticiário recente dar conta de que o governo Lula liberará R$ 12 bilhões à estatal para renegociações de dívidas de produtores rurais? 

BBAS3 a passos de tartaruga

Os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães explicam que não bastam os múltiplos e indicadores fundamentalistas do Banco do Brasil estarem descontados agora para justificar que a estatal sairá dessa situação delicada rapidamente.
"Apesar de BBAS3 estar sendo negociado a múltiplos P/VP (Preço Sobre o Valor Patrimonial) aparentemente atrativos, o P/L (Preço Sobre o Lucro) parece esticado em relação às médias históricas, e a combinação de recuperação lenta, ROE baixo e DY modesto nos leva a manter o rating Neutro", comenta a dupla.
Eles também alertam que a inadimplência da carteira de crédito voltada ao agronegócio do Banco do Brasil continuará pressionada, com uma melhora atrasada e mais gradual, e a normalização provavelmente em níveis piores do que nos últimos anos.
A XP não esconde que a taxa Selic em patamar de 15% ao ano machuca da mesma forma as carteiras de crédito do Banco do Brasil direcionadas aos clientes pessoas físicas e PMEs (pequenas e médias empresas). 
"O custo de risco pode atingir 4,5% em 2025 e permanecer elevado nos próximos anos. Enquanto isso, o NII (receita líquida de investimentos) pode continuar enfrentando pressão devido às novas regras contábeis de reconhecimento de juros. Além disso, com base nas comunicações recentes, melhorias significativas na otimização de despesas são improváveis no curto prazo", ponderam Guttmann e Guimarães.
Com tudo isso em jogo, a XP projeta que o dividend yield do Banco do Brasil fique em modestos 4,8% no acumulado dos próximos 12 meses, uma vez que o retorno dos dividendos é comprometido por um ROE (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido) abaixo do custo de capital e um payout de 30%.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em BBAS3 há 10 anos, hoje você teria R$ 4.520,00, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 3.011,70 nas mesmas condições.