Seu FII vai pagar menos dividendos? Deflação preocupa investidores
Como a queda de preços impacta os dividendos distribuídos aos cotistas? Confira aqui.

🚨 O Brasil registrou em agosto a primeira deflação do ano, com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) recuando 0,11% segundo o IBGE.
Para o consumidor, a notícia traz alívio imediato, mas para os investidores de fundos imobiliários (FIIs) de papel indexados à inflação, o dado acendeu dúvidas: como a queda de preços impacta os rendimentos distribuídos aos cotistas?
Dividendo menor
Boa parte dos FIIs de papel investe em títulos de crédito corrigidos pela inflação, o que significa que seus dividendos refletem a variação do IPCA. Contudo, há um atraso de cerca de dois meses entre o índice e o repasse aos investidores.
Na prática, uma deflação como a de agosto tende a se traduzir em rendimentos menores ou até zerados em determinados meses.
“A deflação pode reduzir ou até zerar a correção em determinado mês, mas isso não representa perda estrutural. Esses veículos devem ser analisados com visão de longo prazo: ao longo do tempo, a inflação se acumula e ajuda a preservar o poder de compra do capital investido”, explica Guilherme Manuppella, sócio de Crédito Imobiliário da RBR Asset.
Ele ressalta que o impacto depende do fundo: alguns contam com reservas acumuladas ou correções monetárias ainda não distribuídas, o que suaviza a queda nos proventos.
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Oportunidades em meio à deflação
Além da redução nos rendimentos, momentos de deflação podem provocar queda no preço das cotas desses fundos. Mas, segundo Manuppella, isso abre oportunidades para novos investidores.
“Hoje, por exemplo, os FIIs de papel ligados à inflação que compõem o IFIX estão sendo negociados, em média, com aproximadamente 7,5% de desconto em relação ao valor patrimonial”, afirma.
Para Rodrigo Possenti, head de FIIs da Fator Administração de Recursos, a melhor forma de atravessar períodos de volatilidade é diversificar a carteira entre diferentes indexadores.
“A diversificação é sempre positiva. O CDI traz previsibilidade e reflete diretamente a política monetária, enquanto o IPCA protege o poder de compra. Fundos que mesclam essas exposições conseguem atravessar melhor momentos de volatilidade”, explica.
Segundo ele, em ciclos de queda de juros, os ativos pré-fixados também podem ganhar destaque, enquanto em períodos de alta da Selic, os fundos atrelados ao CDI tendem a ser mais vantajosos.
Rendimento real x inflação
Possenti também lembra que parte dos investidores confunde o conceito de rendimento real. “Ao receber 10 centavos por cota, alguns centavos não são lucro líquido, mas apenas a correção da inflação. Essa fatia deve ser reinvestida para manter o poder de compra”, afirma.
Nos fundos da Fator, como o VRTA11 (Fator Verità) e o VRTM11 (Fator Verità Multiestratégia), existem mecanismos de suavização, como reservas de resultado e contratos com cláusulas que evitam repasse negativo em meses de deflação. Isso ajuda a manter os proventos mais estáveis.
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Estratégia de longo prazo
A visão é compartilhada por Manuppella, que cita o fundo RBRY11 (RBR Crédito Imobiliário Estruturado), indexado à Selic, como alternativa complementar para quem busca estabilidade.
“Para o investidor, buscar uma alocação equilibrada entre esses indexadores significa conquistar maior estabilidade de rendimentos e solidez no longo prazo”, reforça.
💲 Em resumo, a deflação de agosto pode reduzir momentaneamente os dividendos dos FIIs indexados ao IPCA, mas não muda o papel estratégico desses fundos: preservar o poder de compra e entregar retorno consistente no longo prazo.

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